29/5/2012 - Ribeirão Preto - SP
O escritor, poeta e romancista Ariano Suassuna, como se sabe, é um defensor intransigente da cultura popular brasileira. Neste sábado, dia 26, ele fez conferência na Feira do Livro, reunindo estudantes, escritores, professores e dezenas de fãs deste autor da Paraíba, consagrado por diversas obras, entre elas clássicos como a peça “Auto da Compadecida” e o romance “Pedra do Reino”.
Suassuna esbanjou simpatia, disposição e mostrou sua conhecida postura crítica sobre o que a mídia considera cultura e gosto popular. Para ele, a massificação procura baixar a qualidade artística para a altura do gosto médio. “Em arte, o gosto médio é mais prejudicial do que o mau gosto... Nunca vi um gênio com gosto médio”, disse ela arrancando aplauso de um público atento. “Arte pra mim não é produto de mercado. Podem me chamar de romântico. Arte pra mim é missão, vocação”, emendou.
“Nunca perdi a fé, a esperança e muito menos a capacidade de lutar. Luto para que o sonho seja sempre possível”, enfatizou o criador dos personagens Chicó e João Grilo.Disse que as pessoas que não se interessam pela leitura perdem a oportunidade de sonhar, conhecer um mundo novo que se revela entre as letras de um livro. “Acho triste quando vejo que o jovem dispensa a leitura. Eu tenho a paixão pela leitura. O livro sempre foi para mim uma fonte de encantamento. Eu leio com prazer, leio com alegria”, declarou o poeta.
Durante a conferência-espetáculo, ele exibiu material destacando as expressões artísticas da cultura popular brasileira, destacando tais manifestações muito antes do descobrimento do país. Elogiou a influência portuguesa da cultura. E defendeu a brasileira, destacando também os falares e os repentes nordestinos em suas mais diversas expressões. “Tenho a língua afiada e ela está a serviço do meu país e do meu povo”, encerrou com vigor a conferência, sendo ovacionado pela plateia.